domingo, 1 de junho de 2014

Sou livre, desde que me tornei seu escravo.



Seu fogo pungente me fez florescer como uma rosa. Eu morri aos seus pés e voltei rapidamente à vida. Minha liberdade inata não ofereceu nada em troca, mas agora eu sou livre, desde que me tornei seu escravo.

Hakim Sanai












Quando meus amigos, conhecidos, colegas ou quem quer que seja, estranham o fato de que eu tenha mudado minha vida, largado meu emprego, minha cidade ou outra coisa “minha” qualquer, eu hesito em dar qualquer explicação.

Muitas vezes invento desculpas como - estou cansada, vou tirar um sabático, quero viajar, conhecer o mundo, morar na praia, e muitas outras pequeninas mentiras, já que sou incapaz de explicar o inexplicável.
Hoje, digitando essas letras soltas no simulacro de folha em branco desenhada na tela, busco a tarefa fadada ao insucesso. Falar sobre Isso, Aquilo ou Ele.

A verdade é que toda a mudança aconteceu por que quero estar aos pés de meu mestre, Aquele que me aponta a Verdade, que afasta o véu de meus olhos e preenche meu coração de um Amor que eu não sabia existir.

Os poucos amigos que sabem deste fato se espantam e mal conseguem disfarçar. Imagino que eles pensem que eu, uma mulher relativamente experiente, inteligente, esclarecida, basicamente culta, jornalista, blá, blá blá, devo estar totalmente louca. Já ouvi de queridos companheiros, que foram inclusive discípulos do meu absolutamente Amado Osho, que ter um mestre é uma fraqueza para aqueles que precisam de alguém para dizer a eles o que fazer. Um mestre nos torna escravos, já ouvi.

Apenas quando entreguei meu coração a este Amor entendi o que diz o poeta sufi – “agora eu sou livre, desde que me tornei seu escravo”.

Aos pés do Amor venho me perdendo do que conhecia, soltando minhas certezas, desaprendendo tudo o que me restringe aos conceitos que tomei emprestado, desde tanto tempo que nem mesma sei...

Enfim, a busca, que tanto me orgulhou e me fez correr de um lado a outro, terminou. Posso descansar aos pés do Amado e não preciso mais buscar ou encontrar nada, apenas relaxar neste silencio e nessa paz.


Só quem atravessou a margem pode nos contar a boa nova!!!

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